Caracóis decidem sobre idade de São Miguel
Acaba de ser publicado por investigadores do CIBIO-Açores/Departamento de Biologia da Universidade dos Açores um trabalho sobre a variabilidade molecular de moluscos terrestres em São Miguel, que não só vem apoiar a diversidade antes observada em estudos morfológicos e anatómicos, mas que abre pistas de investigação sobre a idade geológica da ilha. Embora desde 1975 se admita que a porção mais antiga de São Miguel (complexo geológico do Nordeste) tenha cerca de 4 milhões de anos, análises geológicas de 1998 haviam levantado a hipótese de uma idade muito mais jovem (menos de um milhão de anos) para aquele complexo. O estudo que agora se publica (Harris, DJ, AF Ferreira & AMF Martins, 2013. High levels of mitochondrial DNA diversity within oxychilid land snails (Subgenus Drouetia Gude, 1911) from São Miguel island, Azores. Journal of Molluscan Studies, 79: 177-182), aponta como provável que a espécie deste subgénero de moluscos que colonizou a ilha se tenha originado há cerca de 5 milhões de anos, e que as várias espécies em que se dividiu já se haviam individualizado há cerca de 600 mil anos. Estão em curso estudos que combinam morfologia, anatomia e DNA a fim de se perceber melhor os padrões de diversificação daquele subgénero endémico e de como estes reflectirão a génese vulcanológica da ilha. Uma pergunta se coloca: terá existido uma ilha anterior à que agora se conhece?
2013-05-22 por Marcos Sousa Lima Carreiro (marcos) em Universidade dos Açores
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